Motivação | Persistência e renovação
Administrar um negócio não é tarefa fácil. Engana-se, e muito, quem pensa que trabalhar por conta própria, na condição de empresário, seja sinônimo de liberdade e de independência geral para fazer o que quiser e quando bem entender.
O mesmo erro de interpretação é cometido quando alguém busca, na condição de empresário, a pretensão única de ganhar dinheiro, operando no mundo dos negócios através da criação de uma empresa, vislumbrando como num "processo mágico" sua transformação de "empregado" em "empresário".
Quem é empresário sabe muito bem que este mundo não existe e que a realidade é outra. A verdade é que o empresário também é dependente: ora de clientes, ora de fornecedores, do banco, do governo e, inclusive, de seus próprios empregados.
O empresário goza férias apenas em raras ocasiões. A jornada de trabalho, antes compreendida das 8 às 18 horas, de segunda a sexta-feira, agora é formatada, em média, por um período de 12 a 15 horas de trabalho/dia, senão mais, inclusive com extensão aos sábados, domingos e feriados. A segurança do salário, no final de cada mês, que se tinha enquanto empregado, hoje dá lugar às incertezas do empresário.
Essas são apenas algumas regras do "jogo". Assim é a vida do empresário de um micro, pequeno e/ou médio negócio, independente do segmento de atuação da empresa.
Para enfrentar o movimento de toda essa realidade e buscar o sucesso, o empresário precisa dispor de muita motivação, persistência e, acima de tudo, uma forte propensão pela renovação, principalmente nos tempos de hoje.
O desejo desesperado pelo lucro deve dar lugar à motivação, à persistência e à renovação, sendo colocado como conseqüência de todo um trabalho promovido.
É preciso gostar muito do que faz para ter condições de acreditar em suas ideias e no propósito da existência de sua empresa. Se não houver uma identificação muito forte e próxima com o negócio da empresa, o futuro, tanto da empresa como do próprio empresário, tende a ficar ameaçado.
A satisfação precisa ser mais pessoal do que profissional. É preciso trabalhar com "paixão". Só assim o empresário vai encontrar motivação para "dar o melhor de si" e mostrar-se capaz de conduzir a empresa frente às realidades apontadas pelo mercado.
Agora, pense e responda: você é mesmo "apaixonado" pela sua empresa e demonstra verdadeira atração pelo que ela faz no segmento de mercado no qual atua?
Suas respostas dirão se a relação que você mantém com ela é verdadeira ou não. Em alguns casos, o teor da resposta pode ser um indicador para compreensão de algumas das dificuldades que ela esteja enfrentando.
Já a persistência figura como elemento assegurador da crença na empresa e no negócio. Ela deve ser operada dentro de um ciclo "tentativa-erro/acerto-compreensão-ajuste-tentativa-compreensão-decisão". Todavia, a persistência deve estar revestida de rigoroso senso crítico, principalmente quando os resultados não são exatamente os aguardados.
No último estágio da persistência, quando nenhuma estratégia funciona, certas ideias, infelizmente, devem ser abandonadas por não apresentarem viabilidade. O empresário precisa ter muita coragem e profissionalismo para tomar uma decisão deste porte. Afinal, terá que eliminar uma ideia na qual investiu tanto, inclusive seus sonhos.
É aqui que o senso crítico passa a trabalhar, delimitando a continuidade ou não da persistência, diante de uma ideia, de um projeto, ou de quaisquer atividades relacionadas, direta e/ou indiretamente à sua empresa.
Outro elemento importante desta discussão é a renovação, imprescindível para harmonizar a relação da empresa com o mercado, dirigido pelas mutações das "ondas" que ele promove.
Uma empresa precisa ser vista "de fora para dentro", tendo como pontos de referência, no mínimo, pelo menos dois agentes: os clientes e os concorrentes, tornando muito mais fácil a compreensão global do negócio da empresa.
É primordial que o empresário tenha claramente definido onde sua empresa está hoje e a posição desejada no futuro. Sabendo responder, de forma rápida e clara, a estas questões, metade do trabalho já está feito. A outra metade fica por conta das ações que devem ser postas em prática, mas sempre com seus resultados controlados.
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