Inovação | Empresas que aprendem a aprender vão mais longe
O aprendizado organizacional é uma estratégia para obter sucesso nos negócios. Todos nós temos incrível capacidade para aprender coisas novas. Cada aprendizado adquirido configura-se em uma grande conquista, principalmente quando é colocado em prática e pode agregar valor às nossas ações. A vida, na verdade, é um constante aprendizado. Mas, e as empresas? Elas também têm a capacidade para aprender?
Sim, as empresas também passam por um processo de aprendizado; seja pela razão de sobrevivência ou por opção estratégica. O aprendizado, por questão de sobrevivência, justifica-se pela dinâmica do mercado, que exige uma postura de inovação. Quem não aprende algo novo, tende a fazer as coisas repetidamente. E, como o mercado muda muito rapidamente, fazer sempre a mesma coisa, de maneira semelhante, é trabalhar desconectado da realidade.
Assim, o aprendizado organizacional tem uma conotação estratégica e precisa fazer parte da rotina em todas as atividades e níveis, de maneira a lhe proporcionar atualização com os acontecimentos, agilidade, e prontidão para se posicionar com respostas competitivas aos desafios. O aprendizado deve atingir a empresa como um todo; não pode estar limitado apenas na cúpula ou nos níveis intermediários das empresas. Sua articulação se dá de maneira vertical.
Entenda-se como cultura organizacional, de maneira bem simples, o “jeitão” da empresa fazer as coisas no seu dia a dia, com suas experiências, erros, acertos, perdas, ganhos, relacionamentos, ou tudo o que aconteceu com ela ao longo de sua existência. A própria relação da empresa com clientes, fornecedores, concorrentes, grupos regulamentadores, comunidade, colaboradores, enfim, é um processo de aprendizado rico. Destas relações são extraídas experiências significativas.
Estimulando a inovação
Inovar constitui-se em um dos elementos fundamentais para a diferenciação das empresas em relação à concorrência. Esse assunto é particularmente relevante no ambiente brasileiro, onde a tradição da prática de inovação ainda necessita ser incorporada no cotidiano das organizações.
A empresa que deseja ter uma capacidade elevada de aprendizado deve estimular seus gestores e colaboradores a trabalhar com a inovação, buscando, por exemplo, novas formas de fazer as tarefas. Para isto, o medo de errar deve ser substituído pela coragem de tentar e vontade de acertar. Os gestores e colaboradores precisam ser encorajados a testar experiências novas.
Uma pessoa que não se qualifica para as exigências do mercado de trabalho, tende a elevar suas chances de fi car desempregada. Uma empresa que também não se qualifica aprendendo coisas novas tende a ficar estagnada no tempo, perdendo a preferência do cliente para outros concorrentes que estão se atualizando constantemente.
Um processo de aprendizado organizacional envolve o atendimento de condições minimamente básicas para alcançar o sucesso, como a integração dos colaboradores, em particular, sobre a vida da empresa onde trabalham; valores, objetivos, metas, visão, missão, enfim, tudo sobre a empresa. Até porque se isto não for desenvolvido, muito do “jeitão” da empresa tende a desaparecer.
Aprender a aprender
A organização que deseja inovar, provavelmente, deveria preocupar-se em aprender a aprender. Isso decorre do fato de que o esforço de inovação requer, em suas diversas ações, níveis de aprendizagem com graus de complexidades distintos. Algumas situações acarretam mudanças tanto no individuo (colaboradores) quanto na organização. Como a dinâmica do mercado é cada vez maior, o aprendizado organizacional deve ser operado também em nível acelerado.
Inovação por opção estratégica
Princípios essenciais da inovação eficaz são a simplicidade e o foco. O esforço da inovação deve estar direcionado para uma aplicação específica e projetado no intuito de criar novos usuários e mercados. Cabe destacar que a inovação pode ser um ato mais de esforço do que inspiração, exigindo um misto de conhecimento, persistência e engenhosidade.
As mudanças da vida econômica de uma empresa não lhe são impostas de forma externa. Pelo contrário, as mudanças em termos de competitividade da empresa ocorrem por sua própria iniciativa estratégica do tipo empreendedora que, aliada ao seu poder de investimento é capaz de criar um novo produto com maior lucratividade. As mudanças causadas no âmbito da empresa alteram também o estado de equilíbrio pré-existente, jogando-a para um novo estado, o da destruição criadora. Este fenômeno é intitulado de inovação.
Portanto, a inovação pode ser vista: (a) como um processo de aprendizagem organizacional; (b) adoção de novas tecnologias que permitem aumentar a competitividade da empresa; (c) uma nova ideia implementada com sucesso, que produz resultados econômicos; (d) o ato de desenvolver novas capacidades com os recursos (pessoas e processos) existentes na empresa para gerar riqueza; (e) um processo de alavancar a criatividade para criar valor de novas maneiras, por meio de novos produtos, novos serviços e novos negócios.
Nesse sentido pode-se afi rmar que alguns aspectos relevantes relacionados ao conceito de inovação são: (a) a ideia de que a inovação está associada diretamente com a competitividade das, empresas; (b) a noção de que a inovação é essencial para abrir novos mercados, entendidos como novos produtos ou mesmo espaço geográfi co; (c) perspectiva de que a inovação está associada com a criatividade individual, em particular, e com a aprendizagem organizacional, em geral.
Edição | BGC | 1907
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